Sonetos em prosa & poemicos

Sonetos em prosa & poemicos

Referência: 978-85-7751-101-3

  • Medida: Altura: 01cm, Largura: 14cm, Comprimento: 21cm
  • Páginas: 112
  • Peso: 130 gramas

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Sonetos em prosa & poemicos

Airton Paschoa

Decidi não perder mais amigos, puxando-lhes outra orelha, e enfileirar eu mesmo algumas orações acerca destes dois livrinhos que ora apresentamos ao indistinto público, Sonetos em prosa & Poemicos.

Quem na mocidade não se entregou ao prazer solitário de disseminar mitos, nomeando-os ou não, de procriar toda uma prole, esfarrapada embora, na esperança de merecer, uma vez destinada, o belo batismo de "mitologia pessoal"? Até estampá-la mais tarde, descaradamente, tem gente que arrisca, que tudo parece perdoar o verdor da idade, como fez o autor com seus Poemitos (juvenília).

Corridos os anos, entretanto, pejado de cãs e cãibras, enterrados os mitos de ontem, em suma, não há fugir à autópsia literária: morremos com micos nas mãos... Micos então os mitos de antanho? Pode ser, não sei. O pouco que sei é que, se se trata de alguma coisa o que exibe com despejo o segundo livrinho, não passa de micologia pessoal. Senília?

Sonetos em prosa, que abre o volume, reage por assim dizer à impressão visual que tivemos, jovem ainda, ao deparar os sonetos shakespearianos. E quando digo impressão visual, não faço figura, é isto mesmo, impressão retida em retina, os catorze versos de negro no deserto da página luzindo, com seu dístico final entrado — e saindo da combalida caravana, à moda de beduínos se desgarrando sabe Alá por obra de qual miragem.

Que diabos tem que ver com essa alegoria desengonçada o bardo inglês, não me perguntem. Que diabos também tinha eu de soletrá-lo com meu inglês vigário?!

O que se pode perguntar, é o que sempre me pergunto, por que publicar "poesias" quem não é poeta? quem nunca cuidou da arte de versificar, por que destratar sonetos, e elisabetanos, (ingleses, que seja) alheios à tradição mais fecunda das nossas letras? 

Ensaio uma resposta, sincera e sem certeza. 

Nesta altura da vida, da história, do mundo, da baixa idade moderna, enfim, a literatura, que não existe mais, ou que imaginávamos existisse, se converteu em questão pessoal. Mas pessoal, se nos é lícito forçar o paradoxo, no sentido menos pessoal possível: não porque queira ver o que me tornei, isso já sei há séculos, senão no que pudemos nos transtornar. 

São os passos dessa paixão pobre, incertos, que os livrinhos inventariam, ecoam e cobrem.

Airton Pachoa

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Sobre o autor: Airton Paschoa é autor de de Contos tortos (1999), Dárlin (2003), Ver navios (2007), Banho-maria (2009) e A vida dos pinguins (2014), publicados pela Nankin, e foi um dos editores da rodapé - crítica de literatura brasileira contemporânea, revista que contou três números, também dados a público pela mesma editora. Com graduação em Jornalismo e mestrado em Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, escreve esporadicamente sobre cinema e/ou literatura e publica em algumas revistas de circulação nacional, como Revista Novos Estudos Cebrap, revistausp, Cult e piaui. Lançou em 2013 Poemitos (juvenilia), pela Dobra Editorial, e tem no prelo da Nankin Citações e Cinema e literatura.

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SUMÁRIO:

Sonetos em prosa

"Gosto de andar por alamedas" - 11
"Sofro do Mal de Gutenberg" -  12
"Visões, eu? Mal tenho visão" - 13
"Poema não é conto de fada" - 14
"Não saberei o que jamais diga"- 15
"Não, não escreverei aos pósteros" - 16
"Escrever não é ofício primitivo" - 17
"Poema após poema o pânico" - 18
"Certo horror à xifopagia verbal" - 19
"Eia! quero eu também glosar o mote" - 20
«Poema sem pé nem cabeça" - 21
"Os melhores poemas virão aos quarenta" - 22
"Sonetos? e elisabetanos? Por amor de" - 23
"Ai que também quero eu criar minha escola" - 24
"Ah, por que não cantar a humilde humanidade" - 25
"Ah, quem nos dera saber línguas" - 26
"Ai que não entendo como se fala ainda" - 27
"Ai, esta vida de Marat sem banheira" - 28
"Ai que inveja dos homens de Corte" - 29
"Ah, que não daria pela literária festa" - 30
"Ai, escrever sem a ficção da Posteridade" - 31
"Ai que entojo peguei do romance burguês" - 32
"Nem sei, perdi as contas de quantas" - 33
"Por que fazer da dor arruaça" - 34
"Dez horas em ponto. A manha já vai alta" - 35
"Ah, minha amiga, se não foras tu" - 36
"Minha Nossa Senhora de Itaipu" - 37
"Gosto de reinar com as palavras" - 38
"Não sei onde parei, mas sei que parei" - 39
"Esses poetas, Senhor, esses poetas" - 40
"Não foi o que pensava" - 41
"Basta começar a escrever, ai de mim" - 42

Poemicos

A tristeza do rei -  49
Tombamento - 50
Mal-de-cão - 51
Desconcerto triplo (p/ piano, violino e violoncelo) - 52                                                                                                                                                                                                                                          contratakes - 53
Abreugrafia - 55
primeira comunhão - 56
Dormência - 57
Noturno - 58
Esperança - 59
Picadeiro - 60
O enterro dos sinos - 61
Calha - 62
canto ocredoce a cézanne - 63
poeminha sem fita - 65
Cantiga de amigo - 66
Página - 67
Desolada - 68
ossos - 69
Caução - 70
hemisférios -  71
Repto - 72
Não ria - 73
Ordem - 74
Flor de asfalto - 75
sociologia à brasileira - 76
Silogismo público - 77
Raiva - 78
produto interno bruto - 79
biópsia - 80
Definido - 81
Tipo catástrofe - 82                                                                                                                                                                                                                                                                                          Azia Brasil - 83
Vibrato - 84
sputnik - 85
enjambement - 86
Holofote filho - 87
Diet poet - 88
Mortinho da Silva - 89
Capote - 90
O magro evidente - 91
Adejo sostenuto - 92
Quarto minguante - 93
Trapézio - 94
Impasse - 96
"A chuva pesada vai" - 97
Firmamento - 98
Cavatina - 99
Tumorética - 100
Ecocardiograma - 101
"Estou morto" - 102
aneiro - 103
João e as árvores - 104
"Ao faltarem forças ao" - 105
Câmpus elísio - 106
Cálculo - 107
Roda gigante - 108
Arco do triunfo - 109

SOBRE O AUTOR - 111

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