A carne e o tempo, Donizete Galvão

A carne e o tempo, Donizete Galvão

Referência: 8586372021

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A CARNE E O TEMPO

Donizete Galvão
96 p., 1997, 12x18 cm
ISBN 85-86372-02-1

 

Num dos poemas de seu primeiro livro, Azul Navalha, de 1988, Donizete Galvão já falava do que haveria de ser a sua batalha de artista: "Passá-la [a palavra) mil vezes na peneira / à procura do que seja joia verdadeira". Não tem feito outra coisa esse garimpeiro exigente a quem só interessam os achados de bom quilate. Em sua trajetória - marcada, em 1990, por uma segunda apuração de haveres, As Faces do Rio -, a trama da peneira se foi fazendo cada vez mais seletiva, ao mesmo tempo em que o foco se fechava em cima de objetos cada vez mais nítidos e essenciais. Em seu terceito livro, Do Silêncio da Pedra, de 1996, marcado pela matéria encastoada no título, o poeta viajava rumo ao "miolo escuro do rochedo". A pedra, obsessão, lhe inspirava "o duro desejo de durar" (desejo que, num sentido ao menos, está realizado: o que Donizete Galvão nos mostrou até agora já é garantia de permanência).

 

A caminhada rumo ao cerne do rochedo continua nesta nova coletânea, na qual o poeta, vencido o cabo dos 40 anos, reflete sobre o que ficou atrás. Mineiro há muito desterrado em São Paulo, ele revisita, num feixe de belos e nostálgicos poemas, sua Borda da Mata natal, "escombros do paraíso" sobre o qual levita " coração de ateu". Traz de volta o ramerrame da cidade pequena, a família, a avó, o avô que vê o mundo com seu olho de vidro, uma Cabíria flagrada na estação rodoviária de São João del Rey.

 

Obsedantes como a pedra do volume anterior, a carne e o tempo se engastam no título e impregnam o livro. O poeta descobre que a passagem dos anos, longe de aplacar o cio, trabalha para exacerbá-lo: "Perdida a aura da juventude, / a fome da carne chega à exasperação", escreve Donizete Galvão. Nesse momento,"a alma quer mais do согро", "usina de desejos". A antevisão do declínio, inelutavel-mente, banha os poemas de me lancolia, mas também de sensu-alidade. O poeta pede a Priapo que nos mantenha "sedentos e tarados". Espera que o corpo scja consumido agora, antes que esteja macerado como a carne de um figo por demais maduro.

 

Não assusta a noite que se avizinha fisgando a carne "isca na es-curidão", pois nela é que brota a faísca da poesia. Eis a certeza de que Donizete Galvão prossegue viagem. Vamos com ele.

 

Humberto Werneck

 

Sobre o autor: Donizete Galvão, mineiro de Borda da Mata, é autor dos livros Azul navalha (T. A. Queiroz, Editor, 1988), Prêmio APCA de revelação de autor e indicado para o Prêmio Jabuti, As faces do rio (Água Viva, 1991) e de Do silêncio da pedra (Arte Pau-Brasil, 1996), todos de poesia.

 

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SUMÁRIO:

 

DA NATUREZA - 17
O ANIMAL INDIRETO - 18
SIMULACROS - 19
SEGUNDA MEDITAÇÃO DA CARNE - 20
PAROUE DE ÍDOLOS - 21
PARQUE DE ÍDOLOS 2 - 22
SOPRO - 23
CABíRIA MINEIRA - 24
FIGAN TA PEDIA - 26
EVOCACÃO A PRÍAPO - 27
GOLEM - 28
FIGOS - 29
RETÍCULA - 30
ROEDOR - 31
VIDA DE CACHORRO - 32
SI - 33
HALO - 34
DeSEIO EM MOVIMENTO - 35
SÉTIMO INFERNO - 36
VOLTA PRA CASA - 38
DEPOIS DA QUEDA - 39
RETRATO DE ARTISTA - 40
O ARCANO ARTAUD - 42
POROSIDADE - 43
CARTA A MISS E. B. - 44                                                                                                                                                                                                                          NOS E FILOCTETES - 47
RAMERRAME - 50
CRINAS - 51
TAPERA - 52
DESSINCRONIA - 53
LIÇÕES DA NOITE - 54
MILAGRE - 55
CENHO - 56
CANTIGA - 57
MELODIA SENTIMENTAL - 58
POEMA PARA A AMADA DESCRENTE - 59
CÍRCULO - 60
DOMÍNIO DA NOITE - 61
FIDELIDADE - 63
INVENTIPALAVRAÇÃO - 64
QUARTETO EM K - 66
GRAFITO PARA RENINA KATZ - 67
AVE MADHAVI MUDGAL - 68
BARROCA - 70
TZVIETAIEVA E O CÉU DO POETA - 71
A DEUSA BRANCA VE DORA - 72
MESTRE DIDI - 73
TAUROMAQUIA - 74
JANELAS DE ANISH KAPOOR - 75
BORDA DA MATA - 76
VILLA-LOBOS, PAISAGISTA DA ALMA - 81

PALAVRAS DE EMPRESTIMO - 89

 

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