Machado de Assis no Jornal das Famílias, de Jaison Luís Crestani

Machado de Assis no Jornal das Famílias, de Jaison Luís Crestani

Referência: 9788577510368

  • Medida: Altura: 02cm, Largura: 16cm, Comprimento: 23cm
  • Páginas: 288
  • Peso: 420 gramas

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Machado de Assis no jornal das famílias, de Jaison Luís Crestani

Este livro aparece para o público brasileiro (e também para leitores estrangeiros de Machado de Assis) como um formidável desmentido. As ideias feitas e os lugares-comuns que boa parte da crítica estabeleceu sobre o grande escritor escorrem pelo ralo e terão a partir de agora de ser abandonados. A novidade é consistente e de fato nova.

A qualificada pesquisa das fontes tem esse mérito especial. Desmentir o estabelecido e fixado, abrindo caminho para revisão daquilo que muitos repetem sem se dar ao trabalho de investigar as “verdades” que autoridades nem sempre suficientemente atentas firmaram como tal.

O resultado da pesquisa que este livro põe ao alcance do leitor revela um Machado de Assis inesperado, muito diferente do autor de notáveis obras-primas bem acabadas, como se caídas do céu. Ou, por assim dizer, este livro revela a gênese do gênio literário machadiano. A leitura refinada e sensível de Jaison Luís Crestani demonstra que, no Jornal das Famílias (entre 1863 e 1878), Machado de Assis questionou, com muitas armas críticas e dialéticas, o pacto ingênuo da leitura folhetinesca-romântica dominante nas narrativas da época. Esse pacto pressupunha a absoluta credibilidade moral e social do narrador e não podia descartar as soluções sentimentais/edificantes dos clichês do final feliz, e também da religiosidade (católica), o patriotismo, o respeito pela ordem familiar e patriarcal e, ainda, as tintas da cor local.

Para surpresa de muitos, e quase todos, os contos de Machado publicados naquele edificante Jornal das Famílias (o nome já diz muito...), durante cerca de 15 anos, destoam em muito do padrão e corroem expectativas, bom tom, bom mocismo e a alma cândida bem pensante. São contos que, bem lidos, já revelam em escala razoável, o discurso irônico repassado por inúmeras paródias, com narradores não-confiáveis e mesmo embusteiros ou fraudulentos. Exigem que o leitor se eduque criticamente e se ponha em guarda ante o discurso da autoridade. A autoridade fala por seus interesses...

As histórias contam inúmeros jogos de interesse, dialogam com leitores para desmascarar os bons sentimentos, injetam excelente antídoto humorístico, expõem ridículos, mesquinharias e ilusões tolas das personagens. Com isso desvanece a versão de que esses contos seriam obra ingênua de um Machadinho (como era então conhecido entre os amigos), principiante, mero aprendiz sem boas armas. Machado, desde muito moço, sabia o que queria e o que pensava da literatura. É de fato a gênese de um gênio.

Este livro é uma contribuição fundamental para isso e permite mesmo duvidar das duas fases de Machado. Será mesmo? Um grande escritor não começa pronto, mas também não começa do zero. Parece que ele desde cedo sabe o que quer. Este livro mostra isso.

Valentim Facioli

 

Sobre o autor: Jaison Luís Crestani possui Graduação em Letras (Português/Inglês) e (Espanhol) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Mestrado e Doutorado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2011), e Pós-Doutorado em Jornalismo e Editoração, pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (2015).  Atualmente, é professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal do Paraná (IFPR - Campus Palmas). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: Machado de Assis, Contos, Periódicos Literários (Jornal das Famílias, A Estação, Gazeta de Notícias, O Cruzeiro), Kierkegaard e Parábolas.

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SUMÁRIO:

Agradecimentos, 11

Prefácio, 15

Introdução, 19

1. Imprensa e Literatura no Século XIX, 43
Imprensa no Brasil: Implantação Tardia, 43
Jornal: a "Locomotiva Intelectual", 45
Das Condições de Produção Literária na Imprensa Periódica do Século XIX, 48
Jornal das Famílias: "Publicação Ilustrada, Recreativa, Artística, etc.", 57

2. O Investimento no Estatuto Ficcional da Literatura, 69
Teoria da Leitura: a (Des)construção do Leitor, 72
Caminhos de Leitura, 72
"Descaminhos de Leitura", 76
A Problemática da Autoria e suas Implicações no Ato da Leitura, 80
Questões de Gênero: Leitoras e Leitores em Contraste, 89
O Prazer da Leitura: da História à Construção do Texto, 93
Teoria da Personagem: Caracteres em Movimento, 101
Personagens Machadianas: Entre a Crítica e a Ficção, 101
Estética do Contraste: do Idealismo Romântico à Realidade em Prosa, 105
Análise Relacional da Psicologia Feminina, 112
Caracteres em Movimento: do Herói Romântico ao Homem em Sociedade, 114
Teoria do Foco Narrativo: a Desqualificação do Narrador, 121
A Problematização da Escrita, 121
O Narrador sob Suspeita, 128
Leitores Malogrados, 135
Literatura em Jornal: Subordinações e Subversões, 140
A Problematização dos Valores Românticos, 140
Moralidade às Avessas, 149
Estética da Omissão, 156

3. A Ampliação do Alcance da Literatura Brasileira, 159
Da Nacionalidade à Questão da Literatura, 172
A Continuidade Crítica do Legado Romântico, 172
O Retorno à Poética Clássica: do Ensaio Crítico à Ficção Crítica, 185
Da Tradição Ocidental para a Literatura Brasileira, 197
Um Banquete Carnavalesco, 197
O Diálogo Crítico com a Tradição da Literatura Fantástica, 202
Similia Similibus Curantur: o Romance-folhetim nas Malhas da Homeopatia Literária, 207
Machado de Assis e os "Assuntos de seu Tempo", 212
A Escravidão na Obra Machadiana: Omissão ou Controvérsia?, 213
Quadros que o Papel não pode Conter, 223
Relações Problematizadas, 226

4. O Romantismo na Obra Machadiana: uma Tentativa de Redefinição, 233
O Espetáculo das Deficiências Culturais, 238
O Naufrágio das Ilusões Artísticas, 238
Entre a Arte e o Passatempo, 245
O Espetáculo das Relações Sociais, 248
O Movimento das Camadas e as Manobras de Interesse na Mira do Relativismo Machadiano, 249
O Espetáculo do "Favor", 257
O Encerramento da Colaboração no Jornal das Famílias e a Polêmica "Reviravolta" Machadiana, 267

Considerações Finais, 277

Referências Bibliográficas, 281

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