PERVERSOS

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Referência: 9788577510900


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PERVERSOS
contos
Ariosto Augusto de Oliveira
96 p., 2014, 14x21 cm, ISBN 978-85-7751-090-0

Os quatro contos reunidos neste volume constituem uma renovação em continuidade da obra ficcional de Ariosto Augusto de Oliveira. O autor, cético e satírico à moda machadiana, explora com verve moderna certos extratos sociais e constrói personagens carregadas de cinismo e hipocrisia como convém a um olhar crítico sobre nossos homens de bem e de bens. E sonda também fracassos e velhice incurável, além de perpassar gente pobre que se aguenta nas ilusões do que poderia ter sido e que não foi.

Trata-se de quatro narrativas que se poderiam chamar contos, mas, segundo discute o autor na abertura, são e não são contos, dadas as qualidades e fronteiras flexíveis do gênero, que o longo exercício na tradição da literatura brasileira indica sem limites no interior dos quais cabe pouco e muito. O resultado é uma provocação ao leitor, que tanto pode ficar desnorteado quanto compactuar com o que lê e abraçar fraternalmente o autor para juntos beberem umas e outras.

A recriação implacável das mutretas e maracutaias em que se envolvem certos figurões das classes dominantes constitui uma indicação da prevalência dos interesses privados dessas classes sobre e contra quaisquer interesses públicos, instituindo uma espécie de norma de conduta a que essa gente se dá o direito, quase como direito divino, a fim de que os ganhos e o dinheiro possam falar mais alto. Aí não há leis e nem limites, a não ser aqueles que estreitam os vínculos com as vantagens e os interesses. E essa gente não trabalha sozinha, ela conta com os ´esbirros´, seus ajudantes diretos e indiretos, que, aliás, são uma parte dos narradores das histórias. Narradores, ao mesmo tempo, afirmativos e constrangidos, embora com olhar de baixo e às vezes críticos e mesmo satíricos.

Vê-se aí uma amarração das posições de classes sociais, muito contemporâneas e bem brasileiras, coisa incomum em nossa literatura atual, que o autor sabe deslindar para ilustração ou obnubilação dos leitores...

Merece ressaltar a cuidadosa sensibilidade do autor para os registros linguísticos, muito diferenciados para cada narrador, todos em primeira pessoa e, não obstante, democraticamente, cedendo a palavra a diferentes falas, com que enriquece a língua literária com a notação original de personagens que intervêm nas histórias. Registre-se a fala de Tia Mazé, um primor de invenção, que repõe em circulação o falante caipira urbanizado, mistura de coisas muito vivas e presentes no cotidiano de São Paulo.

Enfim, o leitor, ao curtir essas quatro narrativas, dos perversos e suas perversões, está frente a uma escrita cujo fundo de verdade é desafio e provocação e exige que se decifre onde está a verdade já que nesse mundo as trapaças são seu vinho predileto...

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